quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulheres: sexo forte em cargos de poder


Glaucione Pedrozo

o imparcial

De sexo frágil ao reconhecimento no mercado de trabalho, mas sempre com uma pitadinha de ternura. Assim é a maioria das mulheres em seus respectivos ambientes de trabalho. E já é realidade de muitas assumirem cargos antes delegados somente a homens. Hoje, o Brasil é comandado por Dilma Rousseff, a primeira presidente mulher da história do país, e isso sem dúvidas foi um marco para nossa nação, fazendo com que milhares de mulheres tomem isso como exemplo de vida.

Mas antes mesmo de Dilma Rousseff assumir na Presidência da República, o Maranhão já havia dado o primeiro passo dentro das conquistas políticas femininas. Em 1994, a atual governadora Roseana Sarney foi a primeira mulher a ser governadora de um estado brasileiro e ainda conseguiu ser reeleita.

O PODER NAS MÃOS FEMININAS

Além da governadora Roseana Sarney, atualmente, o Maranhão conta com muitas outras mulheres a frente de cargos públicos dotados de certa relevância. Um grande exemplo é o do Tribunal Regional do Trabalho, que pela 3ª vez consecutiva, tem uma mulher como presidente, a desembargadora Ilka Esdra. Uma das três presidentes, a ministra Kátia Arruda, deixou o TRT da 16ª Região quando foi convidada para ser Ministra do Tribunal Superior do Trabalho.

Se observada a atual conjuntura político-administrativa do estado é possível perceber que a figura feminina já tem se destacado com certa relevância. No ramo do direito e do judiciário, além da presidente do TRT, temos também: a desembargadora Anildes Cruz, presidente do Tribunal Regional Eleitoral; Fátima Travassos, procuradora-geral de Justiça do Maranhão; Valéria Lauande, vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão; e vale lembrar também que o Tribunal de Justiça do Maranhão conta hoje com 6 desembargadoras.

MULHERES DO LEGISLATIVO ESTADUAL

Elas ainda são minoria. Mas algumas delas conseguem se expressar de forma no mínimo audaciosa. As mulheres no parlamento maranhense são sete, as deputadas: Cleide Coutinho, Eliziane Gama, Valéria Macedo, Graça Paz, Francisca Primo, Gardênia Castelo e Vianey Bringel.

A deputada Eliziane Gama, conhecida por suas denúncias e suas lutas em prol da preservação da integridade da pessoa humana, acha que a participação feminina no legislativo estadual ainda é baixa. “Nós somos minoria, apenas 17% de participação. Tudo bem que é acima da média nacional, que está estipulada em 10%, mas nós ainda precisamos melhorar muito. Mas é preciso lembrar que a inserção da mulher na política do Maranhão é bastante expressiva. A primeira governadora mulher foi maranhense, além de termos atualmente um número de relevante de prefeitas e vereadoras por todo o estado. Mas a nossa participação ainda é tímida, precisamos ampliar mais. Uma coisa que sem dúvida trouxe um sentimento muito forte de participação feminina na política foi a eleição da presidenta Dilma. Mas é de se refletir que em um universo em que somos maioria votantes (mais de 50%), tenhamos somente 10% atuando na política.”

Para se dividir entre os trabalhos de parlamentar, dona de casa e mãe, Eliziane garante que é preciso muito jogo de cintura. “Eu tenho duas filhas e preciso dar uma atenção redobrada a elas. É muito difícil, mas tento de todas as formas compensar. Dia de segunda-feira, por exemplo, chego em casa um pouco mais tarde, então tento compensar de outras formas em casa. Mas todo dia a rotina é a praticamente igual. Para que elas cheguem no horário na escola, eu levanto às 5h30 da manhã para arrumá-las e preparar o café da manhã. E saio junto com elas, levando-as pro colégio. Em casa eu ajudo também, lavo louça, faço alguns serviços. Consigo dividir meu tempo como mãe, mulher e parlamentar” afirmou a deputada.

Quando questionada quanto às prioridades, Eliziane é enfática: “a gente dá prioridade à família. Pois, como no papel de parlamentar, eu cuidaria das famílias maranhenses se não cuidasse direito da minha própria?”

ENFRENTANDO BARREIRAS COM CORAGEM

E a quem recorrer quando se está com problemas nas relações de consumo? Aqui no Maranhão, os consumidores já se habituaram às ações incisivas da Promotora de Defesa dos Direitos do Consumidor, Lítia Cavalcante. Ela é uma das figuras do estado que dá voz às denúncias de muitos clientes maranhenses.

Na opinião de Lítia Cavalcanti a participação da mulher em ambientes antes considerados masculinos já esta consolidada. “Eu acho que a mulher já conquistou o espaço dela. Já estabelecido”, disse a promotora

Lítia também afirmou que atualmente não sente preconceito ou discriminação por ser mulher. “No começo, há 19 anos, até que existia um pouco. Primeiro porque eu era muito jovem, passei no concurso para a Promotoria muito cedo. E a primeira comarca que atuei foi no interior. Mas o tempo foi passando e o meu trabalho foi extinguindo esse tipo de preconceito por ser mulher. Hoje o maior problema são as demandas mesmo”, garantiu a promotora.

E sem perder a ternura, Lítia garante que cumpre seu papel de dona-de-casa. “Eu nunca abri mão de ser dona-de-casa. Geralmente as pessoas estão habituadas a nos olharem só pelo lado profissional, mas eu nunca abri mão de cuidar da minha família. Os meus filhos, quando eram pequenos, sentiam falta, porque às vezes eu estava em dois ou três interiores ao mesmo tempo. Mas com isso eu consegui passar valores humanitários para eles e hoje eles compreendem o passado e até querem seguir a mesma carreira”, contou Lítia Cavalcanti.

AS MULHERES-NOTÍCIA
Mesmo não sendo um ambiente totalmente masculino, o jornalismo para mulheres não é tarefa tão fácil. Por ser um trabalho diferenciado, com horários não-habituais, vira um verdadeiro desafio ser mulher, jornalista e mãe.

Rosana Miranda, editora e assessora de comunicação, afirma que a tecnologia é uma grande aliada na hora de desempenhar todas as funções. “Eu uso e abuso das possibilidades que a mobilidade tecnológica me proporciona. Às vezes estou no salão e levo meu notebook com o modem para poder trabalhar e otimizar o meu tempo”, afirmou a jornalista.

E quem reclama da falta de tempo é o filho de Rosana, que já expressou que a mãe tivesse outra profissão. “O João, meu filho, é que sente muito por essa minha falta de tempo. Um dia ele chegou a dizer que gostaria que eu fosse técnica de futebol para que pudesse vir ao trabalho comigo (risos)”, contou a jornalista.

Mulheres brasileiras que se destacaram:

Chiquinha Gonzaga - se destacou por ser a primeira compositora de MPB e lutar pela abolição da escravatura

Madalena Caramuru – primeira mulher a saber ler e escrever

Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977.

Benedita Souza da Silva Santos foi a primeira senadora negra do Brasil.
Ana Justina Ferreira Néri entrou para a história com precursora da Enfermagem no Brasil e uma das heroínas da Guerra do Paraguai

Bertha Maria Júlia Lutz é uma das pioneiras da luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no país.

Carlota Pereira de Queirós foi a primeira mulher brasileira a ser eleita deputada federal

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